3. Ejaculação precoce e retardada
A ejaculação é um ato reflexo resultante da hiperexcitação mental. Ao atingir um
grau de excitação extremo, o cérebro envia ao órgão sexual a mensagem de que chegou
o momento de ejacular. O que leva o cérebro a enviar tal ordem são as imagens mentais
luxuriosas. Se as suprimirmos da mente, suprimimos também a hiperexcitação. Logo, a
chave para nos mantermos aquém da ejaculação é a mente limpa de pensamentos
morbosos.
Quando as fantasias eróticas excitam o órgão sexual até um ponto extremo, que
é o ponto de ejaculação, o cérebro “entende” que chegou o momento de ejacular e envia
a ordem. Assim, o silêncio mental atua como se “enganasse” o cérebro.
Durante o ato sexual, surgem na mente muitas lembranças, imagens e fantasias
relacionadas a desejos insatisfeitos. As fantasias eróticas mais secretas se apoderam da
mente e a levam a um estado de excitação crescente. Quando a excitação atinge certo
nível, advém a ejaculação. Aqueles que sofrem de ejaculação precoce normalmente
possuem uma mente muito excitável. Entretanto, por meio da aquietação da mente
podemos retardar a ejaculação e até suprimi-la. Suprimir a ejaculação é suprimir o
orgasmo e não desfrutar do orgasmo ao mesmo tempo em que se tenta reter o sêmen (o
que é prejudicial à saúde). É muito importante diferenciar ambas as coisas.
Suprimir o orgasmo é suprimir TODAS as fantasias eróticas e imagens
luxuriosas da mente, o que inclui: lembranças de mulheres lindas, planos para se obter
uma fêmea cobiçada, imagens de mulheres que gostaríamos de ter, mas nunca
conseguimos, modalidades específicas de carícias que apreciamos e qualquer coisa
relacionada a tudo isso. A excitação do órgão sexual deve se originar somente da
realidade percebida pelos sentidos físicos (carícias e toques, contemplação da beleza da
mulher etc.), jamais de formas mentais que estejam em nossa cabeça. O masturbador
goza com imagens mentais e por isso a masturbação não é recomendada. Contemplação
de pornografia fortifica igualmente este vício mental, condicionando a imaginação. A
ejaculação provém da imaginação morbosa. Evita-se a ejaculação quando se mantém a
mente quieta durante o ato sexual. Se o menor pensamento luxurioso entrar na mente,
desencadeia-se um processo ejaculatório.
O fornicário fascina-se pela figura feminina e pelo prazer, abre sua mente para
imagens mentais eróticas, identifica-se com elas, as saboreia. Vive a ilusão de suas
fantasias sexuais como se fosse uma realidade. Coloca toda sua atenção no órgão
sexual, à espera do orgasmo, enquanto sua mente, desguarnecida, é invadida por
múltiplas formas mentais
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que o dominam e arrastam.
Temos que inverter o luxurioso processo psicológico da ejaculação. Se estamos
tomados pelo desejo de ejacular e queremos sair do atoleiro, o primeiro a fazer é focar a
atenção na cabeça e não no órgão sexual. A segunda coisa é parar a mente, ou seja,
interromper o processos luxuriosos do pensamento. A terceira medida é manter a calma,
não empolgar-se. Então podemos iniciar a observação de nós mesmos, sem
identificação, e acompanhar conscientemente aquilo que estamos fazendo: o ato sexual
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Os íncubus e súcubus descritos por Paracelso. Tais formas mentais são criaturas psíquicas autônomas e vivas,
criadas pela imaginação morbosa, e se fortificam a cada momento em que nosso pensamento é levado à luxúria.
Entretanto, tais criaturas mentais se enfraquecem rapidamente quando aprendemos a retirar-lhes o alimento. Caso não
os dissolvamos, por outro lado, distorcem progressivamente o pensamento e a percepção, conduzindo lentamente seu
progenitor, por meio da depravação cada vez maior, até a ruína total.
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