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acontecerá e, se acontecer, tenha certeza de que há algo errado.
Aqui principiam algumas infernizações, mas, como ainda não há
convivência, são muito incipientes. Nossa intenção de contato
pode ser desdenhada ou rejeitada, a mulher poderá fazer caras
e bocas, ser seca, fria, inamistosa ou algo assim. Em suma:
pode criar uma barreira. Por isso, o melhor é ter sempre um
bom motivo para justificar a aproximação, dando a entender
que não estamos sendo motivados por um interesse específico
em sua pessoa. O interesse específico pela mulher não necessita
transparecer (já que elas sempre pressupõem isso) e deve até
mesmo ser escondido. Ela deve acreditar justamente no
contrário: que não há interesse específico por ela, que o contato
está sendo buscado por força maior, por outras razões. Se a
barreira ainda persistir, não haverá outro remédio senão travar
o contato atingindo-a nos sentimentos com atitudes calculadas
que a desagradem (como, por exemplo, afrontar suas convicções
e seus gostos). Uma vez completamente inseridos neste nível, o
auto-domínio que se exterioriza como domínio da relação é cada
vez mais exigido de nós, principalmente se nos houvermos
introduzido por meio do desagrado. São burradas fatais que
costumamos cometer aqui: agir de forma a denunciar que
estamos loucos de paixão e desejo, nos fascinarmos, deixarmos
nos arrastar para conflitos e brigas, falar mansamente, nos
efeminarmos nos modos na vã esperança de entrar em simpatia,
fingir bondade, sermos pegajosos, telefonar sem parar,
perseguir, assediar, prolongar as conversas até que a mulher se
canse e termine o diálogo e, em geral, tudo o que demonstre que
lhe damos muita importância positiva ou negativa. Avançamos
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Exceto quando se tratar de uma necessidade real de ajudá-la ou socorrê-la, pois então será uma ótima
oportunidade para sairmos deste primeiro nível, ou quando se tratar de uma abertura ao contato que nos
estiver sendo proporcionada, pois então já teremos saído deste nível.